sexta-feira, 1 de abril de 2011

Outro poema: Cantos metabólicos

Canto XIV
(…) essa morte que escorre tão suavemente
das tuas mãos surpreendidas
No teu colo ainda se respira ainda se move
o sussurro primitivo do mar
Ainda se move uma mentira

É a tua morte anunciada que inaugura a noite
de todos os algozes
e é no teu colo abstracto
que eu me entrego a todos os destinos
resignado como um cão vadio

Eu seria capaz de lamber todas as tuas feridas
Dar-te a ilusão de uma cura
De um eterno conforto eu seria

Eu seria capaz de beber a tua morte esse veneno
para te oferecer a ilusão da eternidade
uma luz límpida para te banhares

Mulher que me devolves a consciência agoniada do corpo
Matéria disponível para o cepo o açougue
e para a poesia decadente de um baldio

Quinta-feira, 15 de Maio de 2008

Um poema

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